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Deixei a fazenda lá no pantanal
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Fui pra capital num encontro de elite
A
Na hora marcada entrei no restaurante
D
De gente importante e poder sem limite
D7 G
Já veio o garçom com champanhe na taça
A D
Mas pedi cachaça pra abrir o apetite
A
Então o gerente se aproximou
D A
E me perguntou se eu tinha convite
D A
Eu respirei fundo pra me controlar
D
E peguei a falar qual a minha intenção
A
Eu vim pra cidade pra fazer negócio
D
Mas não tenho sócio, amigo ou patrão
D7 G
Cumpri meu dever e já estou indo embora
A D
Só preciso agora de uma refeição
A
Por esse motivo é que eu entrei aqui
D A
Mas não entendi sua indignação
D A
Por favor compreenda me disse o gerente
D
É que esse ambiente já está reservado
A
Vou servir o almoço pro governador
D
Acho que o senhor não foi convidado
D7 G
Enfeitei de flores os vasos do chão
A D
Pro nosso salão ficar bem perfumado
A
Senti que das botas que está calçando
D A
Está exalando um cheiro de gado
D A
A porta se abriu depois que ele acabou
D
Por ela entrou quem estava aguardando
A
Vinha o governante bem acompanhado
D
Sentou-se a meu lado me apresentando
D7 G
Falou aos presentes em tom altaneiro
A D
Este é o boiadeiro que eu vinha falando
A
Grande pecuarista herói sem nobreza
D A
Que gera a riqueza que estamos exportando
D A
Eu lhe convidei pra ser homenageado
D
Em nome do Estado eu lhe agradeço
A
No meu gabinete de luxo e beleza
D
Embaixo da mesa eu guardo com apreço
D7 G
As botas surradas do meu pai amado
A D
Que lembra um passado que eu não esqueço
A
Pra sentir na sala o cheiro de estrume
D A D A D
Porque esse perfume pra mim não tem preço
Composição de Guilherme Violeiro / Batista Dos Santos