Deus No Esconderijo Do VersoCifra

Padre Fábio de Melo

Tom:E
E                                           A 
Quando a voz, escondida no vento, resolve cantar 
  B7                                            E 
Quando o verso, embrulhado nas ondas, aprende a dizer 
  Bm                       E                   A 
Quando estrela cadente, no céu, faz clarão na cidade 
            E    B7                E 
O poeta que vê, sob a luz já se prostra 

 E                                          A 
Tanta cruz, tanta desarmonia no mundo a gritar 
   B7                                            E 
E o poeta, com a luz recebida, prepara o altar 
  Bm                         E            A 
E no rito, que bem aventura, a palavra consola 
                 E    B7              E 
Tira o peso da cruz, solidão vai embora 

  E                                          B 
Toda vez que a divina palavra, na voz tão humana 
      C#m                          G#m 
Se traduz, se revela, nos canta, e bendiz 
        A 
Alinhava esse chão ao seu céu 
              E/G# 
Faz bordado nas almas dos réus 
   F#m                                               B7 
Põe caminhos nos pés dos que antes não tinham aonde ir 

    E                                             B 
Toda vez que o dourado do céu cai na prata da história 
     C#m                                      G#m 
E o mistério se deixa mostrar nos caminhos da voz 
        A 
Faz profeta, o poeta e cantor 
       E/G# 
Da palavra, faz gesto de amor 
     F#m                                   B7 
E polvilha de luz o caminho pra quem nele for 

 E                                          B 
Toda vez que o profano recebe no ventre da alma 
   C#m                                      G#m 
A beleza da arte que em Deus tem raiz 
         A 
O divino nos desce do céu 
              E/G# 
Sobre o mundo derrama o seu véu 
              F#m                 B7         E 
E a beleza rendilha os caminhos, nos põe noutra luz 

  E                                           A 
Quando a dor, no secreto do mundo, consegue falar 
        B7                                     E 
Quando o algoz, alojado nas sombras, aprende a dizer 
          Bm                       E               A 
Quando a morte, nas tramas da vida, nos rouba a palavra 
               E    B4                          E 
O artista, que vê, pede a Deus a resposta 

    E                                       A 
E, num misto de luz e penumbra, se põe a buscar 
       B7                                    E 
A resposta que nunca responde, mas faz prosseguir 
     Bm                         E           A 
E na arte, que reza sem voz, todo artista tempera 
              E    B4              E 
A dureza do chão com esperanças eternas 

      E                                     B 
Toda vez que a divina palavra, na voz tão humana 
Composição de Padre Fábio de Melo

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