Intro: E F#m7 B7 E ( 2x )
E
Meu poncho emponcha lonjuras batendo água
F#m7 B7
E as águas que eu trago nele eram pra mim
Asas de noite em meus ombros sobrando casa
A B7 E
Longe 'das casa' ombreada a barro e capim
Faz tempo que eu não emalo meu poncho inteiro
F#m7 B7
Nem abro as asas da noite pra um sol de abril
Faz muitos dias que eu venho bancando o tino
A B7 E
Das quatro patas do zaino pechando o frio
(Troca um compasso de orelhas a cada pisada
B7
No mesmo tranco da várzea que se encharcou
F#m7 A B7
Topa nas abas sombreras, que em outros ventos
E
Guentaram as chuvas de agosto que Deus mandou)
Int.
Meu zaino garrou da noite o céu escuro
F#m7 B7
E tudo o que a noite escuta é seu clarim
De patas batendo n'água depois da várzea
A B7 E
Freio e rosetas de esporas no mesmo trim
Falta distância de pago e sobra cavalo
F#m7 B7
Na mesma ronda de campo que o céu deságua
Que tem um rumo de rancho pras quatro patas
A B7 E
Bota seu mundo na estrada batendo água
(Porque se a estrada me cobra, pago seu preço
B7
E desabrigo o caminho pra o meu sustento
F#m7 A B7
Mesmo que o mundo desabe num tempo feio
E
Sei o que as asas do poncho trazem por dentro)
Composição de Luiz Marenco