A
Na estância, toda a semana
E7
Campereei de Sol a Sol
A
E, hoje, sábado, com gana
Me corto a ver a tirana
E7
Com duas braças de Sol
A E7
No zaino negro galhardo
A
Abro o pala em cima da anca
A G#m F#m E7
E a larga bombacha branca
D C#m Bm A
Sobre a badana de pardo
A E7
Fogoso, o pingo estradeiro
A
Sabe onde vou e onde vai
A G#m F#m E7
E segue barbeando o freio
D C#m Bm A
A galopito no más
A
Nas quebradas e coxilhas
E7
Nas canções das sangas claras
Estão pedindo silêncio
A
Para os rufos do meu lenço
E7
E o alvoroço do meu pala
A E7
Sobe dos pastos do chão
A
De toda quieta a querência
A G#m F#m E7
Um cheiro fino de essência
D C#m Bm A
Chinoca e manjericão
A
Chego enfim à paisanita
E7
Diz-me adeus no pingo mouro
Com a graça fina e esquisita
A E7
Que hay na flor do cinamomo
A E7
E, no aconchego do rancho
A
Dentro da noite invernal
A G#m F#m E7
Paira o campeiro perfume
D C#m Bm A
Da flor guaxa entre o xircal
A E7
Cai geada, o flete relincha
A
Tranqueando a soga, arrepiado
A G#m F#m E7
Olho a noite pela frincha
D C#m Bm A
Inté o silêncio é gelado
A
E um frio que ninguém se arrima
E7
Que hay inté noites daquelas
A
Neve qualhada lá em cima
E7
E na pocita das estrelas
A E7
E os nossos peitos amantes
A
O ar parece que corta
A G#m F#m E7
Como os fogões nos andantes
D C#m Bm A
Acesos na noite morta
Composição de Aureliano De Figueiredo Pinto / Noel Guarany