Intro Am Em
Am Em Am Em
Naquele tempo
Am Em Am Em Am Em Am Em Am Em Am Em
Era uma árvore alta e de porte erecto
Dm
Destacava-se de longe na paisagem da savana que a cercava
Am Em
Nunca se soube ao certo da sua idade
F E Am
Pois a sua duração não era contada em dias
C G D
E investida nessa secularidade
Am Em F
Era possuída de uma espera
Bm G
Em forma de predestinação
Am Em Am Em Am Em Am Em
Havia se aclimatado naquele nu lugar
Dm
Não mais sentia as intempéries dos ventos soprados do desfiladeiro
Am Em
Mas escondia sempre o medo das pancadas surdas
F E Am
De penetrantes objetos e bem reluzentes
C G D
Usados por pequenos vultos em movimento
Am Em F
Tudo fazia parte do seu destino
Bm G
Soltar estrelas pelo infinito
Am Em Am Em Am Em Am Em Am Em Am Em Am Em
Entregava-se à contemplação da paz no campo da nudez da noite
Dm
Enluarada
Am Em
Ansiava alcançar a cada madrugada
F E Am
E divisar longas planícies entre horizontes
C G D
Incendiados pelo clarão do Sol nascente
Am Em F
Sonhar envolvendo-se no silêncio
Bm G
Nas tardes inertes de espera
Am Em Am Em Am Em Am Em Am Em Am Em
Um dia, quando a aurora vinha arroxeando o céu
Dm
Alertada pelo seu temor que a noite estava em adormecido
Am Em
No seu íntimo sentiu que a hora era chegada
F Em F
E projetou-se, então, em vão, para fora da terra
C G D
E logo percebeu que estava ali enraizada
Am Em F
Paralisada para o espaço
Bm G
E eis que um vento forte lhe oscila
Am Em Am Em
Sumo súbito
Dm
Foi como se uma centena de raios tivesse a lhe atingirem
Am Em
No seu tronco penetrando bem profundamente
F E Am
Suas folhas se soltando como num adeus
Am Em F
E nesse momento tombou e foi caindo
Am Em F
Rangendo e estalando até o final
B7 C
Em seguida decepada em pedaços
B7 C Am
Levaram-lhe para lhe retalhar
Am C Am C
Ahhh eooo aaaaeee oooo
Am E
No outro dia aquele resto de árvore
Am E
Em forma de madeiro desfilou
C D
Pelas ruas de Jerusalém até o monte
Am G Dm Am
E o Cristo morreu cravado em seus braços
Composição de Zé Ramalho