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Quando eu abro minha cordeona a tristeza sai de perto
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Ela parece um ventena berrando num campo aberto
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Pois ela guarda relinchos de maleva que se empaca
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E choramingos de guacho na hora de botar vaca
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Se arreganho esta oito soco acariciando uma vaneira
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Fico louco de aporreado com as obunas da mangueira
CG
Do bojo da minha cordeona quando abro ela de verdade
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Salta grama de forquilha dos passos da liberdade
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Os meus dedos nessa hora são potros que nem eu domo
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Parecem dez pica-pau fuçando num cinamomo
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Me espicho quase uma braça e quando a saudade entaipa
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Ela se aninha no meus braços mesmo que bugio na gaita
CG
Se outro pegar minha cordeona, peludeia e morre à míngua
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Que ela sai fazendo cósca, enfrenada embaixo da língua
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Com ela eu esquilo as penas e sempre toso a martelo
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Pois tenho penas lanudas e outras que não dão velo
CG
Os meus dedos nessa hora são potros que nem eu domo
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Parecem dez pica-pau fuçando num cinamomo
( D7GD7G )
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Esse atropelo nos baixos duma rancheira marcada
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Ouço o tropel de um parelheiro que ganhou de cola hasteada
CG
Se acaso um grito de macho ouvirem num vaneirão
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É a alma do Rio Grande de a cavalo na minhas mãos
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CG
Os meus dedos nessa hora são potros que nem eu domo
D7G
Parecem dez pica-pau fuçando num cinamomo
Final D7GD7G