F#m7/E A#7M
São 12 pancadas, 12 badaladas, sol a pino, a telha vã
Em7/9
Esquenta o pó da minha casa esquenta a bilha d'água
Am7
De tanto que ferve na minha mão
Em7/9 Am7
Agulha e pano, armas de todo dia, na minha mão, tesoura e fé, e pé
Em7/9
Na mesma tábua em falso, destino e pé descalço
Am7
Desde manhã sentada e presa aqui
Em7
Rasgando as sedas das rainhas, os brancos das donzelas
A#7M
Que no escuro da cidade alguém há de despir
Em7/9
Ninguém verá tão belas, filhas da falsidade
Am7
A vila é tão pequena e infeliz sem elas que
F#m7/E
Que são doze pancadas, são doze ruelas
A#7M
Que desgraçadamente sempre vão dar
Em7/9
Numa mesma praça seca, de noite suspirada
Am7 Em7/9
De noite tão imensamente farta das paixões do dia
Am7 Em7/9
De noite suficientemente larga pras bandalharias
A#7M
Meninas que se vêem chegando aqui
Em7/9
Cinturas ainda finas, medir felicidade
A#7M
No rosto a marca dos batons
Em7/9
Das senhoras de bem, as damas da cidade
F7M
No peito arfante o roxo das mordidas mais ferozes
Em7/9
Filhos da mesma terra, andantes e viajores
Am7 F#m7/E
Rapazes e senhores de mais realidade
A#7M
São doze pancadas, já são doze dadas a lua a pino
Em7/9
E eu já sei que vou entrar na madrugada rematando bainhas
Am7 F#m7/E
Pregando rendas que amanhã vai ser o baile das rainhas
A#7M
Amanhã já se sabe que elas vão fazer a
Em7/9
história da cidade são muito cinderelas
Composição de Fátima Guedes